quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Vaidade

Olhei debaixo do sol e vi
Tudo é vaidade
A busca aflita,
Espera infinita
Procurando felicidade
Amores eternos
Que findam no fim do mês
Olhares que brilham de paixão
E depois ironia descortês

Olhei debaixo do meu teto e vi
Tudo é vaidade
A pressa frenética
Da correria vendada
Que não vê que seu destino
É uma lápide bem lapidada
Por que querer tanto
Correr atrás do vento?

Olhei para dentro de mim e vi
Tudo é vaidade
Disfarces, sorrisos, apertos de mão
Quem conhecerá meu coração?
Nem eu conheço, e finjo conhecer
Sabendo que só o que irá render
É uma falsa satisfação
E mais uma representação
Parabenizando um teatro planejado
De alguém cujo equilíbrio foi roubado

Olho para tudo,
Não sei mais para onde olhar
Então percebo que alguém me olha
O Ser que soprava antes e agora
A vida eterna, finita e roubada
Restituída, perdida, encontrada
Que a eternidade em meu coração colocou
Para lembrar-me sempre de para onde vou
Quando enfim a vaidade cessar
E o vento parar de soprar
Tudo é vaidade
Menos a eternidade

Mellina Amorim

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