sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Me perdoe, minha flor

  


Chegou como uma brisa e logo me encantou
E destrancou os cadeados como um sorrateiro ladrão
E adentrou a casa com seus pés de plumas sem fazer barulho

Você era uma linda semente
Minha flor, te plantei carinhosamente
E esperei ansioso o seu tempo, e esperei... e esperei...
E você não crescia do jeito como deveria

Me perdoe, minha flor
Se a terra em que te plantei não era tão fértil
Me perdoe, minha flor
Se as medidas de água não eram suficientes
Me perdoe, minha flor
Se a quantidade de luz não te permitia respirar
Me perdoe, minha flor
Pelas tentativas de poesias sobre ti, que não pude terminar

Desejei com todas as minhas forças ver você desabrochar
Como uma linda serenata feita de tons melódicos mesclados
Em suas pétalas de cores mil

Mas por fim
Me perdoe, minha flor
Preciso te arrancar do meu jardim
E procurar outra rosa que aprenda a viver
Nas condições do meu terreno
Não posso deixar meu jardim sem a flor central

Espero que tua semente cresça saudável em algum lugar
E floresça perto de quem será embebido pela tua beleza
Mas me perdoe, minha flor
Por não ser este, o meu lar

Sinval Guerra

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Palavras



         As palavras representam a maior parte mundo das comunicações! Palavras ditas podem marcar uma geração transformando ideais e objetivos de vida com a devida persuasão e estímulo. Palavras podem também ser eternizadas pelo simples ato da escrita!
            Aprendi que não existem verdades absolutas em se tratando de comunicação. Sempre existem os dois lados da história que podem mudar a nossa concepção a respeito da “verdade” por trás dos “fatos”, ou seja, os fatos podem não ser exatamente fatos e as verdades podem não ser exatamente verdades. Pode acaso existir mais de uma verdade? “Depende do referencial adotado” foi a única resposta satisfatória que encontrei para esta pergunta.
            O peso atribuído às palavras por quem as recebe está proporcionalmente ligado ao sentimento que se possui por quem as pronuncia. Palavras doces de uma pessoa amada podem mudar um dia, uma situação, talvez até mesmo uma vida inteira. E por que não enxergar a profundidade que elas podem representar para uma vida inteira se afinal o amor um sentimento que transforma?
            Palavras de exortação de alguma pessoa amada sempre possuem um peso diferenciado também, afinal quem nunca se chateou por ouvir algumas verdades duras que precisavam ser ditas? Quantas vezes esperneamos como crianças de quem é retirado o precioso pirulito por ouvir esse tipo de coisa? Temos uma facilidade muito grande de nos irarmos por ouvir coisas que não nos agradam! Bem vindos à cultura moderna do egocentrismo que está enraizada em nossos corações, com a qual precisamos lutar bravamente todos os dias para aprendermos a ser bons ouvintes e compreender nossos erros!
            É através das palavras onde nossos pensamentos encontram liberdade para voar atingindo quem as ouve ou lê, não importa se em uma grande publicação ou um simples texto que se escreve e permanece no oculto, guardados em nossas gavetas. O importante é a sensibilidade e a disposição de entendê-las.
            Um dia me questionava sobre a mentira, então cheguei à seguinte conclusão: - O que é a mentira se não o inverso da verdade? E o que é a verdade se não de fato, o que se sente?-. Tudo que não é verdade é mentira! Mas as verdades não são relativas? Sim, se analisarmos a interpretação das mesmas, e não, se analisarmos o conteúdo de algum acontecimento.
            Costumo dizer que palavras são sempre a expressão do que se sente, portanto não se importe em dizer, escrever, ou expressá-las de qualquer forma, para que não se ocultem os teus sentimentos. As pessoas ao seu redor merecem saber o que você pensa e sente em muitas ocasiões, este é o princípio básico da intimidade. O importante é deixar as palavras construírem sua história, afinal, quais tipos de palavras você tem usado para expressar seus sentimentos ultimamente?
            E para encerrar com uma breve reflexão, fica aqui um de meus versículos preferidos: “A boca fala daquilo que o coração está cheio” (Mateus 15;18).

Sinval Guerra

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Quando você chegar, Amor...

     Não me diga o dia em que vai chegar, não quero saber, porque eles podem ser muitos, prefiro a expectativa do amanhã, dos seus passos, do seu jeito. Se for pra sonhar e contemplar a sua imagem, não quero, porque talvez eu não esteja preparado para lhe aceitar, para lhe desejar, para lhe amar. Uma coisa não posso esconder: queria que já tivesse chegado, que tivesse aqui do meu lado, pra nós, a sós, ser um casal de namorado.
 
     Minha ansiedade pode até ser poética, embelezar palavras e fazer rimas, mas que pena que ela não pode antecipar o dia em que serei banhado pelo brilho de seus olhos; que minha alegria será derramada em seu sorriso; que terei uma palpitante certeza de sua presença no ar.
 
     Oh, amor! Quero que saiba de que todas as paixões que tive não passaram de tentativas de lhe encontrar. Os olhares que troquei não foram mais que uma ligeira busca por seu coração. Nem lhe conto os foras que levei, os desprezos que sofri, as feridas que curei, porque ao lembrar disso prefiro resumir. Mas que culpa eu tenho? Se você não foi quem eu imaginava, se tenho que aprender a lhe aceitar para lhe encontrar. Que culpa eu tenho?
 
     Amor, se ainda não te encontrei é porque falta pouco, um pouco que para mim é oceano.
    Amor, se ainda não te encontrei é porque falta um deserto a ser vencido, e atravessá-lo será nada a comparar-se com o paraíso dos teus braços. 
     Amor, se ainda vamos nos conhecer, não importa (estou preparado). Se já nos conhecemos, ainda não nos percebemos. Porque quando você chegar, nada mais restará ao não ser olhar (...), congelar, apaixonar e esperar o tempo de amar... amar, amor da minha vida.

Lucas Nascimento

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Externalizando




Há momentos em que a inspiração some
As cores parecem menos coloridas
Os sons menos melódicos
As horas mais longas

Há momentos em que a poesia acaba
As palavras desaparecem
Os pensamentos não encontram respostas
As razões têm menos razão

Há momentos em que o mundo aparenta parar
A nostalgia borbulhar
A esperança desabar
As lágrimas insistem em rolar

Há momentos cinzas
Idéias confusas
Expectativas frustradas
Planos de vida arruinados

Há momentos de ventos turbulentos
De chuva forte
De ondas gigantes
De grande escuridão

Há momentos em que a alegria se esconde
A dor aparece
A fé cresce
A vida acontece

“E se eu perdesse tudo
Será que contudo me alegraria em Deus?
Eu quero ser, não quero ter
Eu quero crer, não quero ver
Que minha alegria seja tão somente me lembrar de Ti meu Deus
É a minha oração, é assim que eu queria ser” (trecho E Se – Stênio Marcius)

Sinval Guerra

POESIA RESPONDIDA POR RODRIGO SEIXAS EM: WWW.DIARIODEMISTERIOS.BLOGSPOT.COM

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

O espelho da alma




           Com certeza você já se perguntou algum dia por que as vozes no nosso interior nunca se calam, por que nossos pensamentos insistem em trabalhar num ritmo cada vez mais acelerado e por que é tão difícil se concentrar em algo, estou errado? Acho que não tenho respostas para estas perguntas e indagações, mas acabei descobrindo que até mesmo a música é o extravasamento de um silêncio necessário aos nossos ouvidos e aos nossos pensamentos. Como já diria o poeta e cantor Lulu Santos: “Não existiria som, se não houvesse o silêncio”.
O tempo vai passando e as coisas vão mudando, e enquanto não aprendemos as respostas para estas perguntas, podemos ao menos parar a sós em nossos quartos e tentar ouvir os sons do silêncio: aqueles que durante o dia parecem imperceptíveis, aqueles que despoluem nossos ouvidos e fazem a alma falar, não sem sinceridade nem de forma complexa, apenas falar, ou gritar, ou chorar, enfim, desabafar.
Acredito no silêncio que tem a capacidade de trazer à superfície o que de mais profundo existe em nosso ser! Sentimentos que nem mesmo sabemos que possuímos, sentimentos que nos guiam ou já nos guiaram algum dia, sentimentos que nos fazem acordar e querer ser pessoas melhores por algum determinado objetivo, sentimentos que nos fazem querer apressar ou adiar algo, sentimentos que nos fazem ter dúvidas ou certezas.
Podemos nos perder no emaranhado de sentimentos diferentes que possuímos! Quantas vezes nos pegamos com sentimentos que nos parecem curiosamente ser adversários entre si? Quem irá entender a natureza pela qual estas coisas acontecem? O que me acalma é saber que não é preciso entendê-los, basta que se tenha o discernimento, afinal sentimentos não podem ser controlados ou explicados.
 Enfim... A busca pelas repostas nem sempre nos levam ao caminho certo, mas uma coisa é certa, o silêncio é o espelho que nos faz enxergar a alma!

Sinval Guerra