quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

O espelho da alma




           Com certeza você já se perguntou algum dia por que as vozes no nosso interior nunca se calam, por que nossos pensamentos insistem em trabalhar num ritmo cada vez mais acelerado e por que é tão difícil se concentrar em algo, estou errado? Acho que não tenho respostas para estas perguntas e indagações, mas acabei descobrindo que até mesmo a música é o extravasamento de um silêncio necessário aos nossos ouvidos e aos nossos pensamentos. Como já diria o poeta e cantor Lulu Santos: “Não existiria som, se não houvesse o silêncio”.
O tempo vai passando e as coisas vão mudando, e enquanto não aprendemos as respostas para estas perguntas, podemos ao menos parar a sós em nossos quartos e tentar ouvir os sons do silêncio: aqueles que durante o dia parecem imperceptíveis, aqueles que despoluem nossos ouvidos e fazem a alma falar, não sem sinceridade nem de forma complexa, apenas falar, ou gritar, ou chorar, enfim, desabafar.
Acredito no silêncio que tem a capacidade de trazer à superfície o que de mais profundo existe em nosso ser! Sentimentos que nem mesmo sabemos que possuímos, sentimentos que nos guiam ou já nos guiaram algum dia, sentimentos que nos fazem acordar e querer ser pessoas melhores por algum determinado objetivo, sentimentos que nos fazem querer apressar ou adiar algo, sentimentos que nos fazem ter dúvidas ou certezas.
Podemos nos perder no emaranhado de sentimentos diferentes que possuímos! Quantas vezes nos pegamos com sentimentos que nos parecem curiosamente ser adversários entre si? Quem irá entender a natureza pela qual estas coisas acontecem? O que me acalma é saber que não é preciso entendê-los, basta que se tenha o discernimento, afinal sentimentos não podem ser controlados ou explicados.
 Enfim... A busca pelas repostas nem sempre nos levam ao caminho certo, mas uma coisa é certa, o silêncio é o espelho que nos faz enxergar a alma!

Sinval Guerra

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