sábado, 27 de novembro de 2010

Ser sábio


 
            Cheguei à conclusão de que a sina de todos os poetas e pensadores é realmente andar na contramão da cultura popular, da aceitação das massas, é ser rejeitado por pensar diferente e não se importar com o fato de não reproduzir um discurso infundado que satisfaça as necessidades de seus próximos simplesmente pelo fato que as necessidades enxergadas pelos mesmos é meramente supérflua.
            Pensar e ir mais profundo é correr ao longo da margem, é ir de encontro sem a pretensão do agrado nem do convencimento para finalidades de auto-propagação. É causar impacto, mas não por simplesmente “ser do contra” e rebater tudo que lhe é lançado! O pensador procura assimilar vários pontos de vista diferentes a respeito de um assunto para depois se posicionar da forma que lhe pareça ser a mais sensata, para que a partir da reflexão, possa aceitar ou rebater o que lhe é apresentado.
            Ser sábio é saborear o gostinho inconfundível da profundidade andando na contramão inclusive do conceito de que ser sábio é dizer palavras difíceis num discurso eloqüente, é ser mais simples do que se espera! É muitas vezes calar-se diante de situações em que o debate não funcionará e ser humilde para deixar os outros pensarem que não se têm argumentos suficientes pelo motivo de que o sábio entende o momento de se calar e não lançar suas pérolas preciosas aos porcos que não entenderão e as rejeitarão.
            Ser sábio é administrar de forma coerente os tesouros dos conhecimentos adquiridos nas teorias, nas experiências próprias, e até nas experiências dos outros de modo a não deixar que nenhum destes seja mal distribuído ao longo do caminho! Ser sábio é entender que é necessário entender, não importando a área. Ser sábio é reconhecer as próprias limitações, abrindo assim, horizontes tão grandes que nos fazem parecer infinitamente menores do que se acreditamos ser em meio a imensidão das grandiosas portas à frente.

Sinval Guerra

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