domingo, 1 de fevereiro de 2015

Adeus ou olá? Os dois!



Tenho pensado na carga emocional de alguns lugares que certamente não são os lugares onde alguém gostaria de pedir ou ser pedido em casamento ou passar os melhores e mais momentos marcantes de sua vida, lugares onde o adeus e o olá se abraçam de forma terna para dar partida a novas coisas: temporais ou permanentes. Estou falando de rodoviárias e aeroportos. “– Mas qual a relevância de falar sobre rodoviárias e aeroportos?”. Reconheço que talvez não seja o tema mais interessante, mas estes lugares tem feito parte da minha vida ultimamente e tenho pensado muito sobre isso, então vamos lá:
Uma vez ouvi que todo adeus é um olá. Talvez isso faça muito mais sentido para todos aqueles que já deixaram suas casas para aventurar-se numa terra desconhecida e desafiadora onde, sem sombras de dúvidas, iriam se deparar com uma palavra que por vezes é um monstro atormentador e por vezes é um anjo salvador vestido de roupas reluzentes (ow glórias):  “o novo”. Bem... o novo nem sempre é desejado ou planejado, nem sempre é o que gostaríamos ou esperávamos, mas de fato o novo é sempre novo, e como todo novo traz consigo aquele friozinho na barriga, é desnecessário (neste momento) afirmar o denso significado de tal expressão.
Quem nunca se sentiu angustiado ou aliviado a caminho de algum aeroporto ou rodoviária desejando que os segundos passassem cada vez mais devagar (para os que partem) e cada vez mais rápido (para os que chegam)? É lógico que existem exceções onde a alegria é pelos que partem, mas esta não é a maioria dos casos (é uma pena, existe muita gente mala... rsrs).
Fico imaginando se esses lugares pudessem contar histórias. Tenho a certeza de que até mesmo você que está lendo o texto deste humilde aspirante a blogueiro, já buscou na memória e visualizou ou parou pra respirar fundo diante de alguma lembrança.
O fato é: acredito que a cada despedida um pouco de nós fica e um pouco dos outros vem junto. A saudade é como a gripe, enquanto você estiver vivo, nunca escapará dela! Cada olá traz consigo novas possibilidades e desafios, e ainda que nem sempre querendo continuar a andar, nos resta a opção única de sermos cada dia mais fortes neste livro inacabado chamado vida.

O meu desejo é que a cada partida eu saiba deixar a saudade da companhia ao mesmo tempo em que as marcas de transformação em mão dupla são evidenciadas. E que a cada olá eu possa ter a humildade de reconhecer que este novo capítulo merece tanta atenção e dedicação quanto o anterior, que o caminho para uma rodoviária ou aeroporto seja regado com sorrisos e lágrimas, mas sempre de felicidade e sensação de dever cumprido.

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