Tenho pensado na carga emocional de
alguns lugares que certamente não são os lugares onde alguém gostaria de pedir
ou ser pedido em casamento ou passar os melhores e mais momentos marcantes de
sua vida, lugares onde o adeus e o olá se abraçam de forma terna para dar
partida a novas coisas: temporais ou permanentes. Estou falando de rodoviárias
e aeroportos. “– Mas qual a relevância de falar sobre rodoviárias e
aeroportos?”. Reconheço que talvez não seja o tema mais interessante, mas estes
lugares tem feito parte da minha vida ultimamente e tenho pensado muito sobre
isso, então vamos lá:
Uma vez ouvi que todo adeus é um olá.
Talvez isso faça muito mais sentido para todos aqueles que já deixaram suas casas
para aventurar-se numa terra desconhecida e desafiadora onde, sem sombras de
dúvidas, iriam se deparar com uma palavra que por vezes é um monstro
atormentador e por vezes é um anjo salvador vestido de roupas reluzentes (ow
glórias): “o novo”. Bem... o novo nem
sempre é desejado ou planejado, nem sempre é o que gostaríamos ou esperávamos,
mas de fato o novo é sempre novo, e como todo novo traz consigo aquele
friozinho na barriga, é desnecessário (neste momento) afirmar o denso
significado de tal expressão.
Quem nunca se sentiu angustiado ou
aliviado a caminho de algum aeroporto ou rodoviária desejando que os segundos
passassem cada vez mais devagar (para os que partem) e cada vez mais rápido
(para os que chegam)? É lógico que existem exceções onde a alegria é pelos que
partem, mas esta não é a maioria dos casos (é uma pena, existe muita gente
mala... rsrs).
Fico imaginando se esses lugares
pudessem contar histórias. Tenho a certeza de que até mesmo você que está lendo
o texto deste humilde aspirante a blogueiro, já buscou na memória e visualizou
ou parou pra respirar fundo diante de alguma lembrança.
O fato é: acredito que a cada
despedida um pouco de nós fica e um pouco dos outros vem junto. A saudade é
como a gripe, enquanto você
estiver vivo, nunca escapará dela! Cada olá traz consigo novas possibilidades e
desafios, e ainda que nem sempre querendo continuar a andar, nos resta a opção
única de sermos cada dia mais fortes neste livro inacabado chamado vida.
O meu desejo é que a cada partida eu
saiba deixar a saudade da companhia ao mesmo tempo em que as marcas de
transformação em mão dupla são evidenciadas. E que a cada olá eu possa ter a
humildade de reconhecer que este novo capítulo merece tanta atenção e dedicação
quanto o anterior, que o caminho para uma rodoviária ou aeroporto seja regado
com sorrisos e lágrimas, mas sempre de felicidade e sensação de dever cumprido.
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