quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Tirando a máscara



Pensei em várias formas de escrever sobre quem realmente sou
Para que de algum jeito fosse menos tenebroso, menos obscuro
“Um texto?” Pensei...
Poesia? Talvez...
Porque no fim das contas a vida é assim, nada exato como na matemática
E se alguém se identifica: te digo, meu amigo, é puramente uma questão carismática

Sou mais um refém de minhas próprias palavras duras
Algumas vezes acusador, outras, apenas um ser angustiado em suas penumbras
Um hipócrita com todas as letras, sem medo de escandalizar-te, meu caro leitor
E se ainda existe alguém que me achava certinho, meus pêsames, de longe errou
Qual o motivo de ostentar uma boa imagem? 
Será que esta poesia é uma autosabotagem?

Aos poucos me lembro de algumas mazelas, manias e até espertezas
Oh como seria ruim, se alguém conhecesse minhas profundezas
Não sei exatamente o porquê da necessidade de expressar tudo isto agora
Talvez porque dentro de mim a mudança grite: “Ande logo, sem demora!”
Alguns podem achar que isso tudo é insanidade
Citando Salomão, pergunto: “não é tudo vaidade?”

Entre um verso e outro sou tentado a não me achar tão ruim
Mas permaneço focado em dizer a mim mesmo que é assim!
Quem sabe eu não seja o único a quem estas coisas consomem
Desfaço-me das doces ilusões da síndrome do super-homem

Como cego: sem rumo e errante
Algumas vezes assemelhando-me a um Frankstein ambulante
Tão distante do que gostaria de ser
Tão focado em tudo que gostaria de ter
Envergonhado dos planos fracassados
Das feridas abertas e dos maus conquistados

Este sou eu lutando para que tudo isto se transforme em algo bom de verdade
Este sou eu sem medo de admitir o meu poço de maldade

No fim das contas, se de antemão não fosse comprado a preço de cruz
Voraz seria minha aptidão em desviar-me da luz
Aceito com dificuldades que sou perdoado
A preço de sangue comprado
Sou alguém que nasceu perdido, da graça, totalmente desprovido
Mas achado antes que houvesse tempo. Escolhido
Idéia paradoxal, algo que ainda não entendo completamente
Mas aos poucos, respostas encontro lentamente.

Sem máscaras, quem somos? O mocinho ou o vilão?
A única resposta que pode ser considerada uma conclusão
É que Se não fosse por Cristo, mesmo este que se reconhece que filho amado
Nunca de si mesmo teria se transformado

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