sábado, 25 de junho de 2011

A cidade indiferente - Capítulo 3

Bem, para entendermos um pouco mais sobre esta história é necessário fazer uma retrospectiva na vida do nosso obstinado personagem que até então somente é visualizado em seus atos de extravagância, aos berros no meio do povo. E ainda que estivesse falando verdades, era tido como louco, embora não se importasse. A imagem que todos tinham era muito distorcida a respeito do pobre coitado, até mesmo a do leitor deste conto pode ser equivocada, ou cheia de interrogações, mas agora conheceremos um pouco e as dúvidas começarão a cessar.
Como alguns já devem ter percebido, nosso protagonista possui uma característica muito forte: ele era realmente focado em seus objetivos e não importava o que as pessoas achavam ou diziam (ou até pensavam em dizer). Ele era bastante convicto no que trazia em si! Particularidade esta que lhe foi herdada de seus pais, que também possuíam um gênio muito forte, o que não era muito anormal se fôssemos levar em conta o estilo de vida do meio em que eles viviam.
Quando criança não tinha muito contato com seu pai. Ele era muito ocupado com o trabalho e chegava em casa apenas nos horários de refeições e com muita pressa. Lembrava-se de ouvir sua mãe se queixando da falta de tempo e do trabalho de seu cônjuge – Quando isto irá acabar? Quando meu marido terá algum tempo para sua família? – indagava sempre o trabalho de seu marido, embora por algum motivo o filho fosse deixado de lado dessa informação. Quando lhe perguntavam qual o trabalho de seu pai, não sabia responder – Ele faz de tudo, e...eu acho- respondia gaguejando como quem queria mudar de assunto.
Aquela não era uma família muito religiosa e não seguiam padrões de conduta (normalmente as religiões trazem em si parâmetros de conduta que “governam” a vida das pessoas de alguma forma, mas não naquela família, não naquela cidade). Não eram raras as vezes que o garoto ouvia seus pais discutindo durante a noite, mas ainda sim não entendia muito daquilo. Era apenas uma criança inocente e crianças nunca entendem a profundidade dos problemas dos adultos. Talvez seja por isto que elas sejam tão felizes e se contentem em coisas tão simples. Elas são mesmo um exemplo a serem seguidas! E aquele garoto ia crescendo e vendo todo tipo de iniquidade praticada naquele local.
Certo dia, com aproximadamente 11 ou 12 anos mais ou menos, nosso pequeno garoto chega à porta de sua casa e ouve um som de choro lá dentro. Corre depressa e se depara com uma cena terrível que mudaria o curso de sua vida para sempre. Sua mãe estava ensangüentada nos braços de seu pai que chorava como criança com a mão na barriga dela, lugar onde ela tinha tomado uma facada, afirmando: - Isso não vai ficar barato, eles vão me pagar, vão me pagar! – Neste momento sua mãe já estava em seus últimos suspiros, e olhava para ele que estava ali parado em estado de choque. O coração batia quase saindo pela sua boca. A adrenalina em excesso fazia seu corpo tremer como quem aos poucos perde o controle de seu corpo. Ele continuava quase se beliscando na tentativa de acordar e perceber que tudo aquilo não passava de um terrível pesadelo, uma pegadinha sem graça que a sua mente lhe pregava. A morte de sua mãe bem na frente de seus olhos foi realmente fator determinante para os próximos acontecimentos!

Sinval Guerra

3 comentários:

  1. agora o meu "AHHHHHHHHHHHHHHH"
    foi com mais intensidade!
    esse conto n é normal!
    tinha q ter vindo da cabecinha de sinval!

    q venha o 4!!
    =DD

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  2. verdade deise. a vontade de saber de tudo logo é incontrolavel ... anda rapido ai sinval . quero ver o 4

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  3. A parte sangrenta foi maravilhosa... imagino a cena perfeitamente!!!!
    Guerra, seu conto é um sucesso!

    Lóló

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