É esbarrar-se e ser consumido
O amor não possui um limite conhecido
É abaixar a guarda e estar vulnerável
E esperar surpreender-se com o inevitável
É voar quando bem quiser
E voltar, fazer morada no peito de quem ali estiver
É como enxurrada de alegria
Mas também como terriveis abismos de decepções que alguém colecionaria
É despir-se de si mesmo perante alguém
É reconhecer que sem ele (o amor), se é ninguém
É aceitar a diferença em seu seio
E perceber que de perto pode ser belo, o feio
quinta-feira, 3 de dezembro de 2015
quinta-feira, 5 de novembro de 2015
Caraminholas
Espaço é mutável
E se a fórmula da velocidade é
Espaço/Tempo
Prefiro aprender com a canção:
♪“Ando devagar porque já
tive pressa”♪
Definir o subjetivo com objetividades é
perfumaria
Cheira bem, mas logo passa
Não chega perto da descoberta da essência
E no compasso despassado da vida
Que segue em notas dissonantes
A gente aprende que pessoas são mundos inteiros
Construídos em histórias,
gostosuras e travessuras
Não podem ser resumidas
Nunca inteiramente conhecidas nem por si próprias
Por quê, então, o desejo de tornar-se hoje
O que só o amanhã trará?
Talvez uma expectativa bonita do melhor que se pode ser
Me deparo com estes versos sem rimas
Tentando não envaidecer-me com estruturas
proselitistas
De poeta, apenas a admiração pela vida
Com o necessário pra dizer
De forma simples, a única que eu sei fazer
O que só você poderia entender.
quinta-feira, 15 de outubro de 2015
A beleza do fracasso
Certa vez Aristóteles disse: "Se as coisas são
maravilhosamente adequadas às suas finalidades, e elas são singulares, é porque
as finalidades também são singulares. Se todos nós tivéssemos a mesma
finalidade seríamos iguais. A nossa finalidade é singular na medida da nossa
singularidade". A visão que temos a respeito de nós mesmos se
perigosamente moldada por uma sociedade e criação que exigem de nós que não
sejamos o que nascemos para ser em nossa singularidade de finalidades, pode
gerar uma um abismo em nosso sentido existencial, um buraco negro que suga toda
a vida em suas nuanças orquestrais e todas as expectativas de uma vida cheia de
potenciais.
É realmente impressionante olharmos a quantidade de
medalhas que os grandes campeões olímpicos possuem em suas modalidades, ou os
troféus de determinados atletas, eles guardam tudo em vitrines e aquelas
vitórias ficam eternizadas em suas belas estantes que seres mortais como eu e
talvez você, nunca iremos alcançar, por mais que invejemos e nos esforcemos
para tal. Existe uma sede de vitória e busca por bons resultados em tudo que
fazemos, não porque queremos fazer tudo com o melhor que temos, mas porque de
alguma forma queremos e gostamos de exibir nossos números e feitos maravilhosos
a todos os amigos, uma espécie de transferências do facebook para a vida real,
só que no nosso discurso. – Por que facebook? – Alguns vão me perguntar, e
minha resposta é bem simplória: O facebook é o “mundo ideal, a utopia” de
Platão, só que virtual, não mais somente no campo das ideias.
-Onde o tema do texto se encaixa nisso tudo? – Em tudo! A
verdade é que o nosso pragmatismo nos cega para coisas realmente importantes na
vida e nos distraímos nas seduções das grandes vitórias que podemos colocar em
nossas estantes da vida ao perdermos de vista os grandes benefícios que os
fracassos e as quedas podem nos ensinar. A verdade é que incontáveis derrotas,
não são, de fato, derrotas. A verdade é que apesar de tudo, o clichê: “tudo tem
um lado bom” tem um Q todo especial e belo, que poucos valorizam.
Deixem-me citar um exemplo para ilustrar meu pensamento:
Um homem que passou 30 anos se preparando para atuar somente em 3 anos de vida
e durante esse processo foi rejeitado pela grande maioria, sua mensagem não foi
belamente recebida pois ele não possuía a intenção de ser compreendido por
todos (pasmem!), um homem que foi rejeitado inclusive por alguns de seus mais
chegados e teve a morte mais vergonhosa de todas. É dEle mesmo que estou
falando, o Deus poderosamente fraco, Jesus! Possuindo o poder e as ferramentas
para executar absolutamente tudo quando quisesse, submeteu-se à vontade do Pai
e fracassou vergonhosamente aos olhos dos homens que não possuem a fé de
enxergar através da cruz e perceber a gloriosa vitória alcançada por seu “fracasso”.
Perdemos nossa vida construindo as tais estantes
vitoriosas para mostrar a outrem, esquecemo-nos que, como diria Saint Exupéry: “o
essencial é invisível aos olhos”. Perdemos nossa vida confundindo a importância
de ser relevantes existencialmente com a importância de ganharmos nossas
medalhas e troféus, não importando o custo dos mesmos. Perdemos a nossa vida
correndo atrás do vento, perdendo tempo. Perdemos nossa vida no eterno conflito
ser/ter.
Portanto,
meu amigo, se assim como eu você é também um fracassado, bem vindo ao mundo
daqueles que enxergam que nem todo fracasso é ruim, e por isto, já não se
importam mais se aparentam serem fracassados ou não, já não se importam mais
com a imagem que possuem por terem errado, caído, enganado-se em escolhas
erradas, não esforçado o suficiente ao mesmo tempo em que tentaram fazer a
coisa certa. Não estou afirmando que todos os nossos erros são justificáveis,
estou apenas alegando que nem todas as perdas e insucessos aos nossos olhos são tão ruins
quanto pensamos.
Trago-lhes
boas novas, meus nobres perdedores: Algumas derrotas são melhores que vitórias,
e há uma beleza MUITO peculiar em algumas delas.
segunda-feira, 5 de outubro de 2015
Dessensibilização
Acredito que a
dessensibilização é um dos processos mais difíceis
da vida. Ele é tão sutil que o dessensibilizado não
percebe que já não sente o vento da manhã
em seu rosto enquanto um novo dia vem com todas as possibilidades de novidades, não
enxerga nem mesmo que existem possibilidades de múltiplas possibilidades para quaisquer
decisões que resolve tomar. O dessensibilizado não
consegue perceber o calor de um abraço ou aperto de mão, nem se
sentir assombrado ao pensar sobre sua própria existência, ou sobre o impacto que poderia
haver no mundo a falta dela. O dessensibilizado não se contagia com sorriso de uma criança,
não
se sente impelido a planejar diante dos tantos planos de um jovem (mesmo
sabendo que a grande maioria deles nunca irá acontecer) e não se sente
reflexivo diante da experiência de algum ancião.
O dessensibilizado não vê poesia na vida, não
olha pro céu, tropeça em suas próprias lamúrias
e cai em seu chão de tédio inerte. A dessensibilização
pode ter acontecido por incontáveis motivos, com qualquer um e em
qualquer lugar, posso até ir um pouco mais longe, e afirmar que
além de ninguém estar imune a este estado vegetativo
de vida (mas, boa notícia, é passageiro), podemos passar várias
e várias vezes pelo mesmo.
E hoje, o que
eu mais espero, é que eu nunca tenha a pretensão de achar que sou imune ao processo de dessensibilização,
e que todas as vezes que por ventura ela resolva bater à porta de
novo, que dure o mínimo possível, e quando for embora, que deixe em
mim lições de tudo aquilo que eu não desejo ter/ser.
quarta-feira, 23 de setembro de 2015
E o que mudou?
Anos vão se passando e esta pergunta
volta e meia ressurge como uma aparição fantasmagórica tentando nos assombrar e
nos mostrar que grande parte de nossos planos e objetivos não se cumpriram como
havíamos planejado. É bem verdade que, segundo Platão, o mundo das ideias, ao
contrário do mundo sensível (material) onde tudo se encontra imperfeito em
sistemática desordem, tudo nos parece muito mais brilhante, afinal, o “ideal” é
exatamente a ideia que se tem de uma realidade onde tudo está em perfeita
harmonia, totalmente como planejado, em perfeito equilíbrio, etc etc etc...
À primeira vista o mundo ideal parece
ser bastante atrativo, já que é feito de perfeições e realizações plenas, mas é
também um mundo cheio do mais puro “eu” que possa existir, sem espaços para
absolutamente nada que vá de encontro ao meu desejo maior em relação ao objeto
ou situação que se pretende.
A verdade é que ao enxergar o “mundo
ideal” não vejo possibilidades para confrontos, decepções, frustrações, e todo
tipo de “guindastes” demolidores de nossas personalidades e sonhos. Não há
espaço para uma reconstrução e tudo de belo que pode vir após o temporal, pois
o perfeito é inteiro em si, restando apenas um único problema: “o meu perfeito,
é perfeito de fato?”.
Pensando nisto é que chego à outra
pergunta: “e então, o que mudou em mim nestes últimos anos?”. Alguns fatos
interessantes: Ainda não tenho absolutamente nada material do que sonhava que
teria quando chegasse aos 26. Ainda não tenho minhas crises miraculosamente
resolvidas pelo simples fato de que o tempo está passando. Ainda não tenho a carreira
que gostaria. Ainda não sou a metade do ser humano que havia projetado que
seria. Ainda não sou o cristão que sonhava ser.
Meu caro e raro leitor que com
certeza reparou no claro destaque para tudo aquilo que não alcancei, e suponho
que você também tenha enxergado ainda que um pouco de si em tudo isto, ainda
que não nas mesmas coisas, mas pensado em tudo que ainda não atingiu. Eis
algumas boas surpresas para minhas respostas referentes ao “que mudou”:
Surpreendentemente encontro-me mais contente em ter não ter alcançado todas
estas coisas acima. Percebo que meus altos já não são tão mais altos assim, e
os baixos já não são mais tão profundos também. Vejo que todas as
decepções/frustrações exercem uma influência positiva em combate ao meu lado
hedônico e egoísta.
Como já havia afirmado em alguns
outros textos: a utopia é boa para que através dela possamos sempre continuar
caminhando em direção ao ideal, que de fato, nunca acontecerá, mas há uma
beleza peculiar em tudo aquilo não alcançado, em todo esforço reconhecido e não
reconhecido, em todo sorriso e lágrima que semeamos ao longo do caminho, em
todos os abraços dados e passos para trás ao negar contato.
E então “o que mudou?”. Eu mudei, a
vida mudou, o tempo mudou, as pessoas ao meu redor mudaram, a minha conta
bancária mudou (pfff, mentira, essa continua a mesma... kkkkk). Hoje percebo
que quanto mais simples eu puder ser em planejamentos, ações, comportamentos,
etc, mais eu mudarei, e quanto menos me preocupar em mostrar mudanças, mais
terei efetivado com sucesso tal processo.
segunda-feira, 4 de maio de 2015
Pés no chão?
Quantas vezes somos ameaçados pela expressão: “mantenha os
pés no chão”? Acredito que muita gente se utiliza disto como disfarce para uma
angústia de alguém que não entende o que é ser sonhador. Não discordo completamente
da ideia de que precisamos ter os pés no chão, o que realmente me incomoda é o
fato de que muitos se consideram “realistas” quando são fatalistas. O
fato é que gostamos e procuramos ouvir a tudo e todo aquele que tentam nos frustrar. Se não nos damos ao prazer de tirarmos os pés do chão nos enfadaremos
da realidade chata onde não somos e nunca seremos aquilo que desejamos.
Lembro-me quando sonhava que tinha super poderes e acordava frustrado (sim, eu
sou desses! Rsrs). O que existe é uma necessidade de transcendência
na natureza humana que os não sonhadores nunca entenderão, e ainda que
sonhadores, ninguém além de você vai saber o quanto te fará bem tirar os pés do
chão uma vez ou outra, afinal, você não precisa se cobrar tanto assim a ponto
de suprimir as alegrias e detalhes das coisas que você só alcançará no plano
ideal (que nunca se realizará), e ainda que utópico, te fazem caminhar.
Pés no chão? Sim, mas com a liberdade de tirá-los quando
necessário, ou mais, quando desejarmos tirá-los pelo simples motivo de
querermos e ponto.
segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015
Vida
Presenciar
o novo nascer
Relembrar
o velho morrer
Viver
a saudade da nostalgia
Mostrar
o vício pela alegria
Que
todo ser esconde e busca
Seja
na luz ou na penumbra,
Seja
no centro ou na divisória
No
fim do mundo ou começo da história
Tudo
se resume a um vislumbre
Um
olhar nos olhos do Ser perfeito
Do
Criador do qual suspeito
Ter
um amor tão grande pelos imperfeitos
Que
as rimas não podem falar direito
O
que traz ao fim este mero poema
De
um escritor que abandona as explicações para este tema
Já
que palavras não são suficientes
Para
descrever um ser transcedente
quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015
Tirando a máscara
Pensei em várias formas de escrever sobre quem realmente sou
Para que de algum jeito
fosse menos tenebroso, menos obscuro
“Um texto?” Pensei...
Poesia? Talvez...
Porque no fim das contas a vida
é assim, nada exato como na matemática
E se alguém se identifica:
te digo, meu amigo, é puramente uma questão carismática
Sou mais um refém de minhas
próprias palavras duras
Algumas vezes acusador, outras,
apenas um ser angustiado em suas penumbras
Um hipócrita com todas as
letras, sem medo de escandalizar-te, meu caro leitor
E se ainda existe alguém que
me achava certinho, meus pêsames, de longe errou
Qual o motivo de ostentar
uma boa imagem?
Será que esta poesia é uma
autosabotagem?
Aos poucos me lembro de algumas mazelas, manias e até espertezas
Oh como seria ruim, se
alguém conhecesse minhas profundezas
Não sei exatamente o porquê
da necessidade de expressar tudo isto agora
Talvez porque dentro de mim
a mudança grite: “Ande logo, sem demora!”
Alguns podem achar que isso
tudo é insanidade
Citando Salomão, pergunto: “não
é tudo vaidade?”
Entre um verso e outro sou
tentado a não me achar tão ruim
Mas permaneço focado em
dizer a mim mesmo que é assim!
Quem sabe eu não seja o
único a quem estas coisas consomem
Desfaço-me das doces ilusões
da síndrome do super-homem
Como cego: sem rumo e errante
Algumas vezes assemelhando-me a um Frankstein ambulante
Tão distante do que gostaria
de ser
Tão focado em tudo que
gostaria de ter
Envergonhado dos planos
fracassados
Das feridas abertas e dos
maus conquistados
Este sou eu lutando para que
tudo isto se transforme em algo bom de verdade
Este sou eu sem medo de
admitir o meu poço de maldade
No fim das contas, se de
antemão não fosse comprado a preço de cruz
Voraz seria minha aptidão em
desviar-me da luz
Aceito com dificuldades que
sou perdoado
A preço de sangue comprado
Sou alguém que nasceu
perdido, da graça, totalmente desprovido
Mas achado antes que houvesse
tempo. Escolhido
Idéia paradoxal, algo que
ainda não entendo completamente
Mas aos poucos, respostas
encontro lentamente.
Sem máscaras, quem somos? O
mocinho ou o vilão?
A única resposta que pode
ser considerada uma conclusão
É que Se não fosse por
Cristo, mesmo este que se reconhece que filho amado
Nunca de si mesmo teria se
transformado
quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015
A noiva zumbi e as 5 Solas
Ok, admito... Esse é um
texto muito mais carregado de revolta e tristeza do que de poesia, porque ainda prefiro nadar contra a maré mesmo que temendo me afogar, prefiro que minha voz seja
apenas uma das poucas que gritam não em meio a uma multidão que grita sim,
prefiro ser tido como menos espiritual do que me render ao sistema de costumes
impostos ideologicamente pelos semideuses e arcanjos da fé. Reuni alguns pensamentos para construí-lo. Então vamos começar
questionando alguns pontos e explanando um pouco das “5 Solas” da reforma
protestante:
Por que nos parece mais
poderoso quando alguém ora dizendo "profetizo" do que quando alguém
ora humildemente dizendo "Senhor, meu desejo é que..." finalizando
com um "mas que seja feita a tua vontade" quando esta forma é muito
mais parecida com o que o Jesus de Nazaré ensinou? Não seria esta uma tentativa
de "manipular" a vontade de Deus? O modelo que Jesus nos fornece de
oração em MT 5, Jo 17, e MT 26 e até a oração do publicano que Ele elogia é
completamente diferente do que julgamos ser uma "oração poderosa".
Neste ponto, entendemos a angústia dos pais da igreja que devem se revirar no túmulo
quando as experiências pessoais (não sou contra elas) se tornam doutrinas (sou
contra estas) ao afirmarem: Sola Scriptura, somente as escrituras são
suficientes para revelar-nos quem é Deus, pois Jesus foi a plena revelação de
Deus.
Por que quando dizemos o
jargão de que a árvore se conhece pelos frutos no “mundo gospel” pensamos logo
em “quantas almas” (como se almas se não fossem pessoas com um corpo e uma
psique) a tal árvore ganhou para o reino? Primeiro que eu não ganho ninguém, apenas divulgo a boa nova que me alcançou e o Espírito é quem convence do pecado e segundo
que a própria bíblia nos dá um exemplo de fruto do espírito pelo qual
deveríamos ser reconhecidos em Gl.5: “Mas o fruto do Espírito é: amor, gozo,
paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança". Soli Deo
Glória, só a Deus a glória, porque tudo foi criado dEle, por Ele e para Ele, e
as “almas” e o fruto do espírito devem glorificar a Ele.
Sonho com o dia em que todos
vamos nos olhar e nos reconhecer como um único corpo de Cristo. Sonho com o dia
em que os pastores irão pensar mais no reino de Deus e do que no reino de seu
domínio. Sonho com o dia em que a noiva deixará de ser zumbi e andar errante
para ser a noiva do Cristo. A verdade é
que vejo a noiva (num contexto geral) como um zumbi com o corpo mutilado e as
feridas em decomposição. Solus Christus, somente Cristo, Ele é o Deus que cura e
um dia irá curar e buscar a sua noiva, somente Cristo para amar
incondicionalmente sua noiva do jeito que está.
Em um tempo caótico onde a submissão
e a obediência aos líderes está acima até da autoridade dos pais, onde vê-se
pessoas vendendo indulgências e cobrando trízimos para a prosperidade e
salvação, onde os homens se auto-consagram algo próximo à 4 pessoa da trindade,
onde milagres viraram produtos de vitrine, onde a fé virou um show de TV, é
muito normal que alguns sensatos acabem por entrar em um “mini pânico”. Sola
Fide, só a fé (em Deus), para que não percamos de vista o essencial, só a fé
para que continuemos caminhando com os olhos fixos no único que é Deus, e desta
forma, esta falsa cópia de evangelho pregada pelos homens com fé apenas em si
mesmos seja abafada até silenciar-se diante do Deus Criador.
Uma vez que entendemos quem somos nunca iremos deixar de ver que somos todos mendigos aceitos pelo Rei, acolhidos em seu reino e muito mais do que isto, postos à sua mesa para cear com Ele. Somente um Deus que é completamente amor teria a capacidade de fazer isto, e por isto deixei a última sola de propósito, pois ela é a que mais demonstra um carinho paternal onde todos somos protegidos, e pela qual somos salvos. É ela, a Graça! Minha boca se enche ao dizer esta palavra, porque é literalmente maravilhosa, meu coração se entorpece de alegria e minha alma vibra ao ouví-la. Certa vez ouvi que evangelizar é um mendigo dizendo a outro mendigo onde encontrar pão (Spurgeon), e somente um mendigo que sabe o que é fome saberá dar necessariamente o valor do pão. Sola Gratia, SOMENTE PELA GRAÇA somos todos nivelados por baixo, ao ponto onde o sangue de Jesus nos redime e nos faz ser aceitos em uma explosão de compaixão e ternura, e desta forma, salvos.
PS: acredito sim que existe uma parte deste corpo de Cristo que continua intacto, comprometido e incorruptível, mas infelizmente é assim que percebo o contexto geral no mundo gospel, é assim que muitos fora do "arraial de canaã" enxergam a nós, como igreja.
Uma vez que entendemos quem somos nunca iremos deixar de ver que somos todos mendigos aceitos pelo Rei, acolhidos em seu reino e muito mais do que isto, postos à sua mesa para cear com Ele. Somente um Deus que é completamente amor teria a capacidade de fazer isto, e por isto deixei a última sola de propósito, pois ela é a que mais demonstra um carinho paternal onde todos somos protegidos, e pela qual somos salvos. É ela, a Graça! Minha boca se enche ao dizer esta palavra, porque é literalmente maravilhosa, meu coração se entorpece de alegria e minha alma vibra ao ouví-la. Certa vez ouvi que evangelizar é um mendigo dizendo a outro mendigo onde encontrar pão (Spurgeon), e somente um mendigo que sabe o que é fome saberá dar necessariamente o valor do pão. Sola Gratia, SOMENTE PELA GRAÇA somos todos nivelados por baixo, ao ponto onde o sangue de Jesus nos redime e nos faz ser aceitos em uma explosão de compaixão e ternura, e desta forma, salvos.
PS: acredito sim que existe uma parte deste corpo de Cristo que continua intacto, comprometido e incorruptível, mas infelizmente é assim que percebo o contexto geral no mundo gospel, é assim que muitos fora do "arraial de canaã" enxergam a nós, como igreja.
domingo, 1 de fevereiro de 2015
Adeus ou olá? Os dois!
Tenho pensado na carga emocional de
alguns lugares que certamente não são os lugares onde alguém gostaria de pedir
ou ser pedido em casamento ou passar os melhores e mais momentos marcantes de
sua vida, lugares onde o adeus e o olá se abraçam de forma terna para dar
partida a novas coisas: temporais ou permanentes. Estou falando de rodoviárias
e aeroportos. “– Mas qual a relevância de falar sobre rodoviárias e
aeroportos?”. Reconheço que talvez não seja o tema mais interessante, mas estes
lugares tem feito parte da minha vida ultimamente e tenho pensado muito sobre
isso, então vamos lá:
Uma vez ouvi que todo adeus é um olá.
Talvez isso faça muito mais sentido para todos aqueles que já deixaram suas casas
para aventurar-se numa terra desconhecida e desafiadora onde, sem sombras de
dúvidas, iriam se deparar com uma palavra que por vezes é um monstro
atormentador e por vezes é um anjo salvador vestido de roupas reluzentes (ow
glórias): “o novo”. Bem... o novo nem
sempre é desejado ou planejado, nem sempre é o que gostaríamos ou esperávamos,
mas de fato o novo é sempre novo, e como todo novo traz consigo aquele
friozinho na barriga, é desnecessário (neste momento) afirmar o denso
significado de tal expressão.
Quem nunca se sentiu angustiado ou
aliviado a caminho de algum aeroporto ou rodoviária desejando que os segundos
passassem cada vez mais devagar (para os que partem) e cada vez mais rápido
(para os que chegam)? É lógico que existem exceções onde a alegria é pelos que
partem, mas esta não é a maioria dos casos (é uma pena, existe muita gente
mala... rsrs).
Fico imaginando se esses lugares
pudessem contar histórias. Tenho a certeza de que até mesmo você que está lendo
o texto deste humilde aspirante a blogueiro, já buscou na memória e visualizou
ou parou pra respirar fundo diante de alguma lembrança.
O fato é: acredito que a cada
despedida um pouco de nós fica e um pouco dos outros vem junto. A saudade é
como a gripe, enquanto você
estiver vivo, nunca escapará dela! Cada olá traz consigo novas possibilidades e
desafios, e ainda que nem sempre querendo continuar a andar, nos resta a opção
única de sermos cada dia mais fortes neste livro inacabado chamado vida.
O meu desejo é que a cada partida eu
saiba deixar a saudade da companhia ao mesmo tempo em que as marcas de
transformação em mão dupla são evidenciadas. E que a cada olá eu possa ter a
humildade de reconhecer que este novo capítulo merece tanta atenção e dedicação
quanto o anterior, que o caminho para uma rodoviária ou aeroporto seja regado
com sorrisos e lágrimas, mas sempre de felicidade e sensação de dever cumprido.
quarta-feira, 28 de janeiro de 2015
Vaidade
Olhei debaixo do sol e vi
Tudo é vaidade
A busca aflita,
Espera infinita
Procurando felicidade
Amores eternos
Que findam no fim do mês
Olhares que brilham de paixão
E depois ironia descortês
Olhei debaixo do meu teto e vi
Tudo é vaidade
A pressa frenética
Da correria vendada
Que não vê que seu destino
É uma lápide bem lapidada
Por que querer tanto
Correr atrás do vento?
Olhei para dentro de mim e vi
Tudo é vaidade
Disfarces, sorrisos, apertos de mão
Quem conhecerá meu coração?
Nem eu conheço, e finjo conhecer
Sabendo que só o que irá render
É uma falsa satisfação
E mais uma representação
Parabenizando um teatro planejado
De alguém cujo equilíbrio foi roubado
Olho para tudo,
Não sei mais para onde olhar
Então percebo que alguém me olha
O Ser que soprava antes e agora
A vida eterna, finita e roubada
Restituída, perdida, encontrada
Que a eternidade em meu coração colocou
Para lembrar-me sempre de para onde vou
Quando enfim a vaidade cessar
E o vento parar de soprar
Tudo é vaidade
Menos a eternidade
Mellina Amorim
segunda-feira, 12 de janeiro de 2015
a.ma.du.re.cimento
Me perdoe o
professor Pasquale e a tia Elizabeth do Ensino Fundamental pela nova divisão
silábica. Tenho uma definição agridoce para este caminho que persegue alguns
seres humanos e ignora outros.
Enquanto alguns
“frutos” esbanjam sua “maturidade” aos “verdes”, tenho degustado o amargo do
processo que isso exige. O tempo trouxe quedas, graça, decepções,
oportunidades, pessoas, amigos, irmãos... como também levou muitos deles.
Desapontamento é algo constante a todos nós (percebo uma overdose disso em mim nos últimos meses). A vida vai tomando
caminhos inesperados por nós, mas esperados e designados pelo Criador. São
caminhos misteriosos, cheios de pedregulhos e desertos, lugares difíceis de
permanecer, lugares que clamam pela morte. Solidão, escassez, fragilidade...
para mostrar que nunca estamos sós, abandonados, vencidos.
Um ar de
autonomia começa a impregnar o lugar das decisões. As pressões exteriores, as
expectativas de outros e a dependência do “ninho” perdem a importância e chegam
a ser tratados com aversão. Os velhos valores dão lugar a filosofias de vida
cada vez mais equilibradas e concretas, ensinadas pelo Mestre “no Caminho”.
Tempo de
pegar pás e desenterrar sonhos soterrados pelo “velho obscuro”; crer e viver no
propósito irrevogável: servir... sem olhar pra trás... sem viver em lamentos...
procurando sempre dar o máximo de si.
E diante do
desafio de amadurecer, vem mais um desafio: enquanto se prova o azedo da vida,
manter o sorriso e estender a mão. Somos tentados, em tempos de crise, quando o
“.cimento” começa a endurecer, a focarmos nosso olhar e cuidado em nós mesmos e
esquecermos que existe um mundo inteiro em crise do lado de fora.
“Dêem graças em todas as circunstâncias,
pois esta é a vontade de Deus para vocês em Cristo Jesus.” (Ap. Paulo, em 1ª
Tessalonicenses 5:18)
#SatisfaçãoNoEternoSempre
#SobControle
Rômulo Silva
domingo, 11 de janeiro de 2015
Dizem
Dizem ser eu um jardim
Dizem existir um Jardineiro
Dizem que Ele tudo vê
Não sabem que escondo em mim um mundo inteiro
Dizem que sou doce e meiga
Dizem que sou distante e fria
Dizem que estou acima de tudo
Ou abaixo da melancolia
Já não sei mais o que dizem
E nem sei o que dizer mais
Me torturo de curiosidade
E de indiferença tenaz
Faço jus a meu apelido
De boneca bonita e oca
Não sabem os meus leitores
Que leem o diário de uma louca
Mellina Amorim
Dizem existir um Jardineiro
Dizem que Ele tudo vê
Não sabem que escondo em mim um mundo inteiro
Dizem que sou doce e meiga
Dizem que sou distante e fria
Dizem que estou acima de tudo
Ou abaixo da melancolia
Já não sei mais o que dizem
E nem sei o que dizer mais
Me torturo de curiosidade
E de indiferença tenaz
Faço jus a meu apelido
De boneca bonita e oca
Não sabem os meus leitores
Que leem o diário de uma louca
Mellina Amorim
quinta-feira, 8 de janeiro de 2015
Reinventando o caminhar
Se lembrar é também viver, que
lembremos somente do que nos faz olhar para frente. Que encontremos a esperança
esperada ao ouvir aquela música que já fez o coração pulsar mais forte de
alguma forma, e se for pra ouvir, que ouçamos mil vezes, como quando nos
apaixonamos pela melodia e cantarolamos o dia inteiro, sem sair da cabeça e sem
nos fazer enjoar dela.
Se esperar é também caminhar, que o
esperar torne-se uma constante crescente. Que a paciência e o tempo andem de
braços dados conosco como amigos que caminham pela chuva sem preocupações com
resfriado, esperando apenas a chegada em casa para uma bela xícara de café e o
aquecer de roupas secas.
Se nossos maiores sonhos apenas
poderiam acontecer num plano “ideal”, que entendamos que a utopia nos faz dar um
passo em direção a tal realidade, e por mais que andemos e a distância nunca
diminua porque o passo é dado por nós em direção à utopia e pela utopia
conjuntamente em repulsão, tal movimento produz a energia necessária para que
não morramos na inércia da desistência.
Se tudo é feito para quebrar e ser
substituído, que sejamos sensíveis ao perceber o que é necessário, para não
investirmos forças e tempo no que é supérfluo. Que entendamos que as pessoas
são o bem maior da criação, os tesouros que o Eterno nos permitiu o
compartilhar da vida.
Se a fé é o firme fundamento das
coisas que não se veem, que nosso respirar, abraçar, beijar, rir, chorar,
brigar e tudo quanto fizermos, sejam apenas um reflexo do que é ser humano, que
a beleza de perceber-se a si como falho seja o grande despertar para entendermos
que seremos eternamente reféns da graça, laçados pelo afeto, e humilhados pela
bondade dAquele que é o próprio amor.
Sinval Guerra
segunda-feira, 5 de janeiro de 2015
Sinto saudades
Algumas coisas na vida deixam o gostinho de
saudade, aquele tipo de saudade que nunca vai ser saciada, uma saudade
nostálgica que não precisamente traz em si a dor da falta.
Sinto falta da época que jogava bola na rua
todos os dias (descalço), chegava em casa sem um tampo do dedão e ainda
apanhava por causa disso e o merthiolate ardia que só (e como ardia!!). De jogar peão, bola de gude. Sinto saudade da época em
que acreditava que o velho do saco existia e essa ameaça me fazia fazer
qualquer coisa que minha mãe quisesse. Sinto saudade da lenda do carro preto
(aquele com as janelas, roda e tudo preto, que sequestrava as crianças), que
atormentava a vida qualquer criança vivente que queria ficar na rua além do
horário permitido pelos pais, mas não pegava as crianças obedientes.
Sinto falta daquelas crenças populares em que
engolir chiclete grudava as tripas e por isso chorava toda vez que sem querer,
o fazia. Também tem aquela famosa de que quem olha com olho torto no vento
ficava vesgo pro resto da vida, ou ainda que quem comesse semente de melancia nasceria
uma árvore no estômago e tomar banho de piscina chovendo gripava, sem esquecer é claro, da famosa manga com leite que era quase fatal.
Sinto falta da inocência de brigar com alguém e
logo em seguida abraçar e brincar como se nunca houvesse briga, da simplicidade
de soltar pipa na rua ou brincar de estilingue ou guerrinha de manga verde (as
que caem do pé ainda pequenas) até machucar o outro (sem querer, claro... rsrs),
saudades do tempo onde gostar de uma menina era sinônimo de querer distância dela,
porque esta era a melhor forma de demonstração (tipo “os batutinhas”).
Vejo que esta saudade imensa no peito de cada pessoa
é a saudade da criança que deixou de viver, ainda que não esteja morta,
sucumbida pelos afazeres do dia-a-dia, e que quem sabe apreciar a falta que
essas coisas fazem, sente de leve o sabor do que é aproveitar as pequenices da
vida e consegue visualizar um pedacinho do reino de Deus chegando.
Mc 10:15 "Aquele que não receber o reino de Deus como uma criança, não entrará nele."
Sinval Guerra
sexta-feira, 2 de janeiro de 2015
E quando as luzes se apagam?
E quando as luzes se apagam?
O que fazer? Para onde ir? A quem recorrer?
E quando as luzes se apagam?
Há desespero? Faltam as esperanças? O medo aparece?
E quando as luzes se apagam?
Somos quem demonstramos a outros? Estamos indo na direção que desejamos?
Fazemos aquilo que não podemos fazer às claras?
E quando as luzes se apagam?
Temos medo de que o escuro traga o tempo necessário para enxergamos nossa
verdadeira “face”? Queremos rapidamente voltar aos holofotes e nos embriagarmos
de emoções vis? Percebemos que o centro das atenções é o lugar onde a falta de
luzes não permite estar?
E quando as luzes se apagam?
A vergonha de considerar-se incapaz diminui? A vontade de desistir da vida
aumenta? A vontade de falar aquilo que de mais profundo há no nosso coração
aparece em furiosa sinceridade?
E quando as luzes se apagam?
Compreendo que sou aceito e me sinto humilhado pelo brilho da graça dAquele que
me encontrou? Alcanço o entendimento de que minha reles justiça retributiva
sempre será falha? Entendo que a única forma de ser humano de verdade
é apagando as luzes?
E quando as luzes se apagam?
Aos poucos vou percebendo que já não me importam mais as luzes.
I Co. 11:28 (a) “Examine-se,
pois, o homem a si mesmo...”
Sinval Guerra
Sinval Guerra
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