Era uma vez uma poesia. Tão
simples quanto se possa imaginar. Não dada a todos, na verdade, restrita
somente aos que sabiam desfrutar de seu profundo encanto. Não explícita em
tudo, porém aberta ao entendimento de quem se fazia inclinado a entendê-la. Não
criada para se fazer entendida, mas direcionada a quem tem disposição para senti-la.
Sem compromisso com a gramática e não menos bela por isso.
Era uma vez uma menina. Tão
diferente quanto se podia imaginar. Não agradava a todos, como também não se
faz necessário. Não totalmente explícita em seus sentimentos e palavras, porém muito
singular em seu pensar. Não criada para ser o que quisesse, antes, encomendada por
um propósito detalhadamente arquitetado pelo Grande Criador. Sem falta de
complicações, como toda menina que se preze.
Era uma vez a poesia que se
apaixonou pela menina. Era uma vez a menina que se apaixonou pela poesia. E
brincavam juntas madrugadas a fora. Eram tão parecidas que se podia confundi-las. Era uma vez a menina que pensou que já não
mais era, enganada pelo caminho, mas sempre será a Menina Poesia.